quinta-feira, 21 de maio de 2009

Da amizade à Castidade

Uma verdadeira amizade em Cristo não é governada pelos instintos nem motivada por interesses, mas é uma escolha mútua, que tem valor por si mesma.

Toda a amizade precisa ser purificada. E a injúria, a calúnia, a arrogância (que impede a correção) e a traição podem destruí-la. Quem é amigo sempre ama.

Hoje, eu gostaria de falar sobre um assunto diferente, ainda dentro do plano da amizade, fundamental para todas as idades. Queria falar de um tema que é muito importante no mundo de hoje: a amizade à castidade. Não podemos pensar num mundo novo sem essa virtude. De uma maneira muito particular, a castidade é a coroa do amor. É um escudo para os nossos relacionamentos. Mais que um escudo, é uma expressão do verdadeiro amor. Ela nutre e potencializa o amor. Quando falta a castidade, o amor perde a força em nós e nos tornamos presas fáceis do desamor, da violência e da degradação.

A castidade é um segredo que os jovens cristãos têm para a sua vida. No entanto, vocês veem como o mundo de hoje despreza essa virtude, pois perdeu o sentido de beleza dela. A castidade é vista como um tabu, moralismo, preceito, obrigação.

Quem é casto ama por inteiro, não se dá por partes. O homem não é separado. Contudo, é isso que o mundo faz hoje. Começa a usar o corpo com um princípio utilitarista, como se meu corpo não fosse eu. Pensa-se: “Aí eu posso usar meu corpo para me autosatisfazer egoisticamente”, que é o pecado da masturbação, como se aquilo não ferisse o que a pessoa é por inteiro. Com o seguinte pensamento: “Aí eu posso também usar o corpo dos outros para o meu bel-prazer... Posso ficar com quantas meninas eu quiser numa noite”. E vice-versa, o mesmo vale para as meninas.

Cada união íntima de corpos é como um pedaço de você dado ao outro, porque seu corpo está intimamente ligado à sua alma. Em cada relação sexual que é feita fora do matrimônio, não pense que você está dando e recebendo prazer. Engano! Em cada relação sexual você está dando um pedaço de você para sempre àquela pessoa.

A castidade é um grande dom, que faz com que compreendamos a unicidade do nosso ser. Esse abraço, essa boca e esse beijo sou eu. Se eu vivo no pecado, eu me destruo e destruo os outros.

Quando a castidade é ferida gera prazer no ato [sexual], mas gera dor na vida. E como descem lágrimas nos olhos dos jovens feridos na castidade! Por outro lado, a presença dessa virtude [castidade] gera felicidade, dignidade, uma capacidade para amar, para se doar não por pedaços, mas para se doar por inteiro, como Jesus se deu na cruz. Hoje, vemos um mundo que despreza a beleza da castidade. Por isso, as consequências são tão graves.

O "ficar" não deixa de ser um tipo, um certo nível de prostituição. Nos namoros avançados os casais valorizam mais a relação física. Sem uma relação profunda de amizade no namoro não existirá matrimônio verdadeiro e feliz. E como nós não priorizamos a amizade no namoro, temos matrimônios imaturos, inseguros, muitas vezes, gerados por relações sexuais pré-matrimoniais.


Artigo extraído a partir da pregação do Acampamento PHN de julho de 2007
Moysés Azevedo
Fundador da Comunidade Católica Shalom

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