sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carnaval na Canção Nova




Nossa Diocese também esteve presente no Carnaval da Canção Nova, pelos comentários dos participantes foi uma benção.
O Senhor também nos quer alegres, mas acima de tudo ligados a ELE.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Eucaristia, o 'pão dos fortes'

As primeiras comunidades eram sustentadas pela Eucaristia, por isso eram cristãos cheios de força e de coragem. Com fé e devoção participavam da Celebração Eucarística sabendo que ali iriam receber o Senhor. Nesses últimos tempos, o Senhor quer redespertar a nossa fé, porque precisamos, mais do que nunca, da Eucaristia. Vivemos num mundo pagão, como naquela época, rodeados de uma moral totalmente pagã, longe de Deus. Para nos manter como cristãos cheios de fé que vivem o Evangelho e que marcham contra a correnteza, precisamos do Santíssimo Sacramento. Ser cristão hoje é ser mártir, mesmo que não derramemos o sangue nem morramos por Jesus. Neste mundo totalmente contrário à Palavra de Deus, estamos revivendo a fé dos mártires: a fortaleza dos primeiros cristãos. É por isso que o Senhor quer nos fortalecer com o “pão dos fortes”, com o pão dos mártires, o pão dos primeiros cristãos: a Eucaristia. Reafirme agora a sua fé: Senhor, perdão por todos os meus pecados, e pelos pecados de toda a humanidade. Dá-nos a graça da conversão e mudança de vida. Dá-nos o Teu Santo Espírito, para que a nossa vida seja transformada. Coloca em nós o arrependimento dos nossos pecados. Dá-nos a contrição perfeita. Sou pecador, mas digo: “meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para todos os que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam”. Obrigado porque estás presente na Eucaristia, e dali levantas a Tua súplica ao Pai, por nós. Obrigado, porque colocas em nosso coração amor ardente pela Tua presença real no Santíssimo Sacramento. Amém.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

Papa aponta São Paulo como referência para viver a Quaresma

Nesta Quarta-feira de Cinzas, iniciou a Quaresma, período forte de preparação para a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Salvador. É também um tempo em que a Igreja nos convida, de modo particular, às práticas penitenciais da oração, jejum e esmola.No Vaticano, não houve a tradicional audiência geral. O Papa Bento XVI se deslocou ao bairro romano do Aventino, onde nas Basílicas de Santo Anselmo e de Santa Sabina, presidiu a procissão, a Santa Missa e a bênção e imposição da Cinzas.Foi no Apóstolo dos Gentios, São Paulo, que Bento XVI se inspirou para a homilia da celebração das Cinzas, partindo do texto da segunda Carta aos Coríntios, proclamada como leitura da Missa: “Suplicamo-vos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus”."Este convite do Apóstolo – observou o Papa – soa como mais um estímulo a tomar a sério o apelo quaresmal à conversão. Paulo experimentou de maneira extraordinária a potência da graça de Deus, a graça do mistério pascal, de que vive a Quaresma"."Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, o primeiro dos quais sou eu" – escreveu Paulo na Carta a Timóteo. E logo acrescenta: "Precisamente por isto é que obtive misericórdia, porque Cristo quis demonstrar a mim a sua magnanimidade, para que eu fosse exemplo para aqueles que haveriam de acreditar n’Ele para terem a vida eterna"."O Apóstolo está, portanto, consciente de ter sido escolhido como exemplo – sublinhou o Santo Padre – e esta exemplaridade diz respeito à sua conversão, à transformação da sua vida, graças ao amor misericordioso de Deus”. Por outro lado, "São Paulo reconhece que nele tudo é obra da graça de Deus, mas não esquece que deveria aderir livremente ao dom da vida nova recebida no Batismo”. No capítulo sexto da Carta aos Romanos, proclamado na Vigília Pascal, exorta: "Não ofereçais ao pecado os vossos membros, mas oferecei-vos a vós mesmos, a Deus, como seres vivos"."Nestas palavras está contido o programa da Quaresma segundo a sua intrínseca perspectiva batismal. Por um lado, afirma-se a vitória de Cristo sobre o pecado, ocorrida de uma vez para sempre com a sua morte e ressurreição. Por outro lado, somos exortados a não oferecer ao pecado os nossos membros, isto é, a não conceder espaço (por assim dizer) para o pecado se vingar. A vitória de Cristo aguarda que o discípulo a faça sua".É o que acontece, antes de mais nada, com o Batismo – explicou ainda o Papa. Mas o batizado, para que Cristo possa reinar plenamente em si, deve seguir fielmente os seus ensinamentos, e não se deve descuidar, para não permitir ao adversário recuperar de algum modo o terreno". Mas como levar à realização a vocação batismal, como ser vitorioso na luta entre a carne e o espírito? – interrogou-se o Pontífice, que logo recordou os três "meios" que o Evangelho do dia aponta: a oração, a esmola e o jejum. Também sobre cada um deles, Paulo pode servir de guia. No caso da oração, ele exorta a "perseverar", a "rezar ininterruptamente". Quanto à esmola, são importantes as páginas dedicadas à grande coleta a favor dos irmãos pobres e a sua indicação de que é a caridade o cume da vida do crente, o "vínculo da perfeição". Quanto ao jejum, embora dele não fale expressamente, é de notar que ele exorta muitas vezes à sobriedade, como característica de quem está chamado a viver vigilante, aguardando o Senhor que vem. A concluir, Bento XVI recordou ainda que, "para viver esta nova existência em Deus, é indispensável nutrir-se da Palavra de Deus"."Também nisto, o apóstolo é uma testemunha: suas cartas são a prova eloquente do fato que ele vivia da Palavra de Deus: pensamento, ação, oração, teologia, pregação, exortação, tudo nele era fruto da Palavra, recebida desde a juventude na fé judaica, e plenamente desvelada aos seus olhos pelo encontro com Cristo morto e ressuscitado, pregada no resto da vida na sua corrida missionária. Foi-lhe revelado que, em Jesus Cristo, Deus pronunciou a sua Palavra definitiva, Palavra de salvação que coincide com o mistério da Cruz".

Fonte: Radio Vaticano

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Jovem - Quaresma, um tempo para refletir em família

Um tempo de renovação
Vamos viver um tempo profundo na espiritualidade familiar? Que cada membro de sua família viva intensamente este grande retiro espiritual que o tempo quaresmal nos oferece. Recordando o povo de Deus outrora no deserto, peregrinando por 40 anos... Lembrando-nos dos 40 dias de jejum de Jesus...Mais uma vez vamos viver este tempo de conversão! O número quarenta é símbolo de uma geração, ou seja, evoca a história de cada um de nós, também nossa história de família. Quem durante a vida não experimenta situações de deserto? Quem não vive momentos de profunda solidão e sofrimento? Tudo isso faz parte de nossa peregrinação por aqui. Nesse tempo queremos nos aprofundar em nossa espiritualidade cristã e familiar. Queremos colocar em Cristo nossas dores, nossas chagas, nossos sofrimentos, nossas desilusões. Ele saberá o que fazer com tudo, aliás, já assumiu para si, de antemão, todas essas situações. Desejamos viver esse tempo como resgate de esperança e, tomados pelas mãos do Senhor, queremos atravessar o "deserto", certos de que que uma terra nova acharemos, um novo momento celebraremos, o novo se dará. Num mundo cercado por violência e injustiças, no qual a insegurança passa a fazer parte da vida de todos, como nos recorda a Campanha da Fraternidade 2009, vamos tomar para nós os ideais de paz e justiça de nosso Mestre. Seguros em Suas mãos experimentaremos vida nova. Como pais e filhos, como marido e mulher, como irmãos, vamos deixar a Liturgia da Igreja iluminar nossa vida. Que em cada domingo da Quaresma consigamos dar os passos desejados. Vivenciaremos um encontro com Aquele que nos serve pelos Seus anjos (cf. Mc 1, 13 - primeiro domingo); contemplaremos o Senhor que se transfigura em luz e ilumina a caminhada (cf. Mc 9,2-3- segundo domingo); cresceremos no zelo pelo que é do Senhor, a começar por nossa história pessoal (cf. Jo 2,17 - terceiro domingo); olharemos para Aquele que tem o poder de nos curar definitivamente e amaremos não as trevas, mas sim a Luz (cf. Jo 3, 19 - quarto domingo). E com os discípulos de outrora exclamaremos: queremos ver Jesus! (cf. Jo 12, 21 - último domingo da Quaresma). Que travessia abençoada será esta! Aproveitemos esse tempo de reconciliação. Na celebração da Páscoa, findando a travessia do deserto, chegaremos à margem onde está o Ressuscitado; e como dizia o saudoso D.Helder Câmara: faremos a experiência da "madrugada da Ressurreição, momento lindo de se viver!" Chegaremos ao nosso porto seguro e proclamaremos a quantos queiram nos ouvir: vale a pena atravessar o deserto, pois sabemos em quem colocamos nossas esperanças! E, se por ventura, encontrarmos alguém às margens do caminho, às vezes dentro de casa mesmo, faremos nossa parte. Somos um convite vivo de Deus para que todos experimentem Vida Nova! Um santo tempo quaresmal para você e sua casa!
Pe. Rinaldo Roberto de RezendePároco da Catedral São Dimas - S. José Campos-SP

Abra-se ao dom de cura interior

O dom da fé é o que leva em suas engrenagens o dom da cura e o dom dos milagres. Além da cura física – coisa muito bela –, ela promove cura interior, a cura do coração, da alma, dos sentimentos. Nem imaginamos o quanto a vida nos fere! Por isso é lindo que haja a cura interior, além da física. O Senhor quer que nos abramos ao dom de orar pela cura interior das pessoas. Você pode pensar: “Mas como vou orar?”... Pedindo pela pessoa, rogando por ela. Quem se sente chamado ao ministério de cura do coração sabe de sua importância. Muita gente gostaria de progredir na vida espiritual e não consegue por causa dos traumas, dos bloqueios, das feridas e das marcas do próprio passado. A primeira vez que rezaram pela minha cura interior foi quando o Pe. Robert DeGrandis, SSJ, veio ao Brasil e reuniu apenas alguns líderes da Renovação. Enquanto ele ministrava aquele seminário de dons, um casal que ele trouxe consigo orava pela cura interior dos participantes. Oraram à noite pela cura do meu coração durante umas três horas. Como chorei! Coisas que eu não imaginava que me marcaram, me feriram, surgiram naquela ocasião. Só pararam de orar quando se sentiram cansados. No dia seguinte, rezaram mais de uma hora e meia por mim. Mas viram que faltava algo; depois, à tarde, voltaram a rezar junto com Pe. Robert, e então, terminaram, graças a Deus. Eu ainda receberia muitas outras orações.Eu não imagina precisar de tanta cura interior! Mas hoje não duvido que era desígnio do Senhor que eu fosse objeto daquela oração [de cura interior], para que Ele pudesse me usar depois como instrumento. E o melhor é que quando começamos a orar pela cura interior as palavras de ciência começam a vir, pois ambas estão ligadas.Abra-se a esse dom, disponha-se a orar pela cura interior de seus irmãos. Não espere, no começo, fazer grandes orações; apenas ore, e, se vierem as palavras, ore de acordo com elas. Tenha coragem: comece a rezar e verá quantas coisas o Senhor vai fazer por intermédio de você.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O "SIM" da Conversão

Converter-se é deixar de viver longe de Deus. Sair do estado de perdição, deixar o pecado. Não somente o ato mau em si, mas o estado que resulta dele, o estado da perda da salvação e o sentimento de inimizade contra Deus. O passar a viver e estar longe de Deus. Conversão consiste em voltar para o Senhor com todo o coração, retomar o caminho das suas veredas.

A conversão é um conceito complexo, que significa uma profunda mudança de coração sob o influxo da Palavra de Deus. Essa transformação interior exprime-se nas obras e, por conseguinte, na vida inteira do cristão. A conversão significa a vitória sobre o velho homem que está enraizado (a existência carnal) e o começo de uma vida nova (a vida no Espírito) criada e governada pelo Espírito de Deus. É um fato que na História da Salvação, após o pecado original, cada vez que Deus vai ao encontro do homem para com ele dialogar, o faz para provocar nele a conversão do coração.

Não basta renunciar somente a um ato mau, nem a um hábito pecaminoso. Precisa-se ir ao centro da existência: todo o coração e todo o procedimento devem ser mudados. O afastamento de Deus somente termina quando o próprio Senhor se achega pessoalmente do homem.

A conversão, como saída do estado de pecado, de ausência de Deus e de perda da salvação, está unida à aceitação incondicional da soberania divina. Reconhecendo que se praticou o mal, que se tem necessidade de Redenção e de uma transformação completa.

Quem realmente se converte, submete-se de boa vontade à lei divina. Renuncia à vida de ilegalidade. Converter-se é deixar de viver na injustiça. Quem se converte reconhece o quanto deve a Deus e esforça-se por Lhe dar a devida honra. Todo pecado cria um estado permanente de sonegação de justiça para com Deus. É uma inimizade habitual, uma injustiça. É uma recusa permanente de dar ao Senhor a glória que Lhe pertence e de prestar ao Pai a obediência e o amor filial. A conversão tira-nos desse mísero estado. Supõe uma renovação integral do coração.

Converter-se é deixar de viver na mentira. Quem se converte afasta-se da mentira. O pecado é mentira. Por isso, a conversão requer uma mudança total de mentalidade, um espírito novo, o Espírito da Verdade. A conversão é um 'sim' à verdade.

Conversão é a volta à casa do Pai e a entrada no Reino de Deus. Passagem das trevas do pecado para a luz da Graça. O caminho que Deus aponta conduz a uma conversão séria e autêntica do coração. Deus apela para a liberdade humana e que a íntima conversão desta liberdade é obra Sua.

A conversão se inicia no momento em que Deus se digna de derramar “o espírito de graça e de preces” (cf. Zac 12, 10). Porém, nossa conversão não se realizará sem o 'sim' de nossa liberdade.

A conversão culmina, – é próprio da essência dela –, em um novo nascimento, num renascimento do alto, de Deus. A volta à casa do Pai é a reintegração nos direitos de filho. Não é algo que se processa unicamente no exterior, mas é uma ação interior, uma modificação vital, um nascimento pelo Espírito. Para o homem, a conversão é, pois, infinitamente mais que o simples fato negativo de se livrar da escravidão do pecado, porque para Deus, o converter-se é infinitamente mais que perdoar pecados, é fazer o dom de uma vida nova. O homem torna-se filho de Deus.

O único modo efetivo de descobrir sempre mais a própria identidade é o árduo, mas consolador, caminho da conversão sincera e pessoal, com um humilde reconhecimento das próprias imperfeições e pecados; e a confiança na força da ressurreição de Cristo. Essa transformação interior exprime-se nas obras e, por conseguinte, na vida inteira do cristão.


fonte: http://blog.cancaonova.com/padrereinaldo/

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Como passar o Carnaval? Para onde ir? Onde ficar? O que fazer?

Normalmente, dois grupos tomam caminhos bem opostos. O primeiro dá vazão à carne e cai na folia, aproveita para passear, assiste aos desfiles, come, bebe, diverte-se segundo os desejos próprios da carne. O outro grupo costuma tomar um rumo bem oposto: deixa tudo e retira-se para encontros e retiros espirituais. Participa de retiros abertos ou fechados, assiste ou ouve as pregações desses encontros pelo rádio ou pela TV. De sexta a Quarta-feira de Cinzas dedica-se a estar com o Senhor: ouvindo a Palavra, louvando-O e adorando-O. Para este [grupo], aplica-se e torna-se realidade esta Palavra de Neemias: “Não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8,10).

Trata-se, porém, de uma festa e de uma alegria bem diferentes daquelas que o mundo oferece. Nos retiros espirituais não há preocupação com droga, camisinha ou contaminação com doenças. O único contágio que geralmente acontece com esse grupo é o da alegria. Uma alegria que só o Senhor Deus pode oferecer.

Há dois caminhos totalmente opostos. Mas, você pode escolher apenas um deles. Jesus lembrou: “Não podeis servir a dois senhores” (Mt 6, 24). Uma escolha que cada um de nós deverá fazer, sabendo que: “Os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que queríeis” (Gl 5,17).

Cada caminho leva a um destino e um final diferentes. Por isso, Jesus nos preveniu: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7,13-14).

E quanto a você? Qual dos dois caminhos escolherá?

Há outros alternativos, mas esses dois são os mais marcantes na maior festa popular do país. Cristo falou e nos alertou sobre as festas que o mundo oferece: um dia, elas seriam parecidas com o que já aconteceu na face da terra, nos tempos de Noé: “Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem. Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos” (Lc 17, 26 – 27).

É importante que estejamos bem atentos e procuremos fazer como Maria “que escolheu a melhor parte” (cf. Lc 10, 42): ficou aos pés de Jesus.

O efeito de cada uma das escolhas aparecerá claramente na Quarta-feira de Cinzas. Todos podem até estar cansados; mas, o estado de ânimo será bem diferente. Enquanto uns estarão curtindo a ressaca e o vazio; outros estarão com o coração exultante da alegria do Senhor.

Sejamos espertos: escolhamos a melhor parte, como Jesus mesmo afirmou: “Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” (Lc 10, 42). Bom retiro!

Padre Alir

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tempo: Espelho de esperanças e ambiguidades

Tempo. Esse é um termo que muitas vezes se apresenta ambíguo para nossos sentidos e para nossa compreensão. Contudo, é um conceito carregado de significado e possibilidades. Principalmente em nossos dias, nos quais a vida se tornou correria e o “estresse”, companheira de jornada, essa palavra porta consigo sonhos, expectativas, esperanças e frustrações.

Há muitos que convivem com a frustração de não ter tempo para nada: Nem para os filhos que crescem; nem para os pais que passam; tampouco para a saúde, que constantemente costuma se retirar devido à ausência de cuidados.

Alguns cultivam a esperança, aguardando com expectativa a chegada de um tempo melhor; outros, por sua vez, sonham com o dia em que terão tempo para concretizar os projetos que os habitam.

Tempo: para alguns vilão; para outros possibilidade de ser mais... Realidade prenhe de significado e portadora de inúmeras contradições. Ele sempre é, sem ser... pois, existe no real da vida, mas nunca pode ser aprisionado. Ele é sempre movimento, é sempre presença na ausência.

Todavia o tempo se manifesta sempre como um presente que se descortina em nosso presente. Ele não espera nem deixa de acontecer, e é sempre portador de vida e possibilidades para quem sabe compreendê-lo e aproveitá-lo, por mais ambíguo que pareça.

É no concreto dos dias, no “tempo” que se desvela no hoje que reside a Graça para o existir confiado a cada um.

Com a disposição aliada à Graça é possível transformar o tempo – o que temos no agora, mesmo diante de seus desafios – em realizações, em vitórias e em construção de uma bela obra que acontecerá aos poucos e se configurará através de boas escolhas e percepções.

O tempo é sempre possibilidade. E até quando maltrata, ele pode ensinar e preparar para a vitória.

Ele é sempre soberano e livre como o vento: é de todos e não é de ninguém... Todavia, não é necessário persegui-lo nem acorrentar-se a ele, pois, para o coração que deseja crescer, cada segundo porta o Auxílio necessário que iluminará aquele pedaço de existência. É preciso apenas atenção e sensibilidade para perceber e abraçar tais Auxílios.

Em Deus, no qual os tempos dos verbos são outros, nosso tempo se derrama e se perpetua, entrelaçando-se ao Seu, e conjugando já, aqui nesta vida, as categorias verbais que só a eternidade é capaz de interpretá-las.

Lancemos n’Ele o nosso tempo e nossas preocupações e construamos – com o que a vida nos confia no hoje – dias melhores e mais felizes.

Adriano Zandoná

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carnaval com Cristo

O Carnaval com Cristo 2009 foi uma bênção. Os jovens de nossa Diocese estiveram presente, alegrando o dia e principalmente trabalhando muito.


Não olhe para trás, olhe para Jesus

Agora é o tempo da graça, o tempo oportuno. Tudo o que ficou para trás precisa ser deixado no coração de Deus. Não fique se lamentando, não fique mais com os olhos voltados somente para os problemas. Olhe para o Senhor. Os olhos d'Ele estão voltados para você e para a sua casa. No número 83 do seu diário, Santa Faustina traz o que o próprio Jesus lhe disse a respeito do significado da intensificação da Misericórdia d'Ele nestes tempos: "Escreve isto: Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia (...)". O Senhor quer atingir a cada um pessoalmente, penetrar a nossa consciência e o coração com esta graça extraordinária da Divina Misericórdia, capaz de nos transformar em homens e mulheres novos. O Senhor não nos quer mais olhando para os nossos pecados e para o passado. Ele nos chama para que sejamos adoradores a fim de experimentarmos a Divina Misericórdia. A adoração não é para os perfeitos nem para aqueles que já chegaram a um alto grau de santidade. A adoração é para nós, pecadores, que sentimos o peso do pecado em nós. São Paulo dizia que sentia o pecado como duas naturezas, duas forças se debatendo uma contra a outra em seu interior: "Por um lado eu conheço e quero o bem, mas enquanto eu sei o que é bom e quero o bem, acabo fazendo o pecado e o mal" (cf. Rm 7,19). Este grande apóstolo não era um recém-convertido quando escreveu a Carta aos Romanos. Ele já tinha sofrido muito por Cristo e se transformado bastante, e mesmo assim ainda sentia dentro dele essa luta que acontece com todos nós. Diante de toda a grandiosidade que nos é apresentada por Deus agora, é preciso abrir o coração para viver um tempo novo. O Senhor nos prometeu: "Meus olhos estarão abertos e meus ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta Casa dedicada ao meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela todo o tempo" (2 Cr 7, 15-16).
Obrigado, Senhor, porque me volto para Ti e o teu amor já me envolve e tua Divina Misericórdia me restaura e salva.
Monsenhor Jonas Abib

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A verdade não usa máscaras

Para um ator é necessário – para o exercício da profissão – interpretar inúmeros personagens. Antigamente, no teatro, as máscaras eram utilizadas como peças de caracterização, as quais ajudavam os atores a compor um personagem. Por um período de tempo, o ator, na apresentação do seu trabalho, finge ser outra pessoa. Todo esse esforço visa tornar um personagem fictício em alguém “real”, provocando e arrancando as emoções desejadas dos espectadores.
Em muitas ocasiões, podemos correr o risco de fazer da vida um teatro; fingindo e convencendo outra pessoa com falsas impressões.
No nosso dia a dia, facilmente identificamos momentos em que também representamos. Muitas vezes, temendo complicar uma situação ou querendo ser educados, fingimos ter gostado de determinada comida, mesmo que esta esteja sem sal, somente para não desagradar a quem nos oferece. Da mesma forma, se alguém nos telefona em hora inoportuna, fingimos estar ocupados para encurtar a conversa; entre outras desculpas.

Ainda dentro desse contexto, há empregados que fingem trabalhar. Na roda de amigos se uma pessoa achar conveniente personificar um “santo” agirá como tal. Diante da namorada, se for interessante, fingir-se-á ser carinhoso. Diante do patrão muitos empregados parecerão aplicados... Seja de um modo ou de outro, acabamos por aprender a arte da dissimulação.

Nada disso será problema para quem se habituou a representar e a viver mais um papel. Mas o perigo de tantas simulações é torná-las um hábito a ponto de se tornarem espontâneas ou dignas de fé.
Como um “camaleão” a pessoa será capaz de “atuar” mediante suas necessidades, buscando sempre tirar vantagens por meio do convencimento.
Por mais inofensivas que possam parecer tais interpretações, elas passam a fazer parte da vida de quem está acostumado a fingir, dificultando-lhe o discernimento entre o que é real e o que é ilusório.

O fingido quando contestado, insiste em dizer ser verdadeiro; e acreditando na sua versão, poderá até jurar. Contudo, para quem está habituado a interpretar, tal juramento será mais uma performance.
Todavia, na convivência diária, nada fica oculto. Cedo ou tarde, será impossível não perceber os deslizes de quem dissimula.

Antes que a arte de imitar saia dos palcos e adentre em nossos relacionamentos, melhor será não mascarar os fatos da vida real. Pois, triste será a decepção da pessoa amada ao deparar com as contradições e manobras de um cônjuge ardiloso.
Em nossos convívios a verdade não deve usar máscaras nem ofender.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O que é amar?

O namoro é um aprendizado do amor. Fomos criados para viver esse sentimento. Sem ele o homem e a mulher não podem ser felizes. Mas, afinal, o que é amar? O que leva muitos casamentos ao fracasso é a noção falsa que se tem do amor hoje. Há no ar uma “caricatura” do amor. Se eu lhe der uma nota de cem reais falsa, você não aceitará, pois ela não vale nada, e você ainda poderia ser incriminado por causa dela. Se você construir uma casa usando cimento falsificado, cuidado porque ela poderá desabar sobre a sua cabeça. Da mesma forma, se você levar para o casamento um amor falso, ele certamente desabará, pois o “cimento” da união é o amor. Para mostrar bem claro o que é amar, vamos iniciar mostrando o que não é amar. Amor não é egoísmo, isto é, preferência por mim, mas pelo outro. Se você come uma fruta com gosto, não pode dizer que a ama. Se você treme de paixão diante de uma menina e lhe diz : “eu te amo”, esteja certo de que você está mentindo, pois essa tremedeira é sinal de que você quer saciar o seu ego desejoso de prazer. Isso não é amor, é paixão carnal, é egoísmo. Se você está encantada com a beleza dele e se desdobra em declarar o seu amor por ele, saiba que isso também não é ainda amor, pois amor não é pura emoção ou sentimento.

Amar é muito mais do que isso, pois não é satisfazer a si mesmo, mas ao outro. Quando você disser a alguém “eu te amo”, esteja certo de que você não quer a sua própria satisfação ou felicidade, mas a do outro. Cuidado com as “caricaturas” do amor, porque estas são falsas e não podem fazer a felicidade do casal. Todo jovem tem sede de amar, mas, muitas vezes, o seu amor é mascarado e se apresenta falso e perigoso. Amar não é apoderar-se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é dar-se ao outro para completá-lo. E para isso é preciso que você renuncie a si mesmo, esqueça de si mesmo. Você corre o risco de, insatisfeito, querer apaixonadamente agarrar aquilo que lhe falta; e isso não é amar. Assim o amor morre nas suas mãos. Você só começará a compreender o que é amar quando a sua vontade de fazer o bem ao outro for maior do que a sua necessidade de tomá-lo só para si, para se satisfazer.

As paixões sensíveis da adolescência não são o autêntico amor, mas a perturbação de um jovem que encontra diante de si os encantos e a novidade da masculinidade ou da feminilidade. É fácil entender que aqueles que quiserem construir um lar sobre esse chão de emoções estarão construindo uma casa sobre a areia. Muitos casamentos desabaram porque foram realizados “às cegas”, sem preparação para que houvesse harmonia, sem o aprendizado do amor. Amar é dar-se, ensina-nos Michel Quoist. É dar a si mesmo ao outro para completá-lo e construí-lo. Mas para que você possa verdadeiramente dar-se a alguém, você precisa primeiro “possuir-se”. Ninguém pode dar o que não possui. Se você não se possui, se não tem o domínio de si mesmo, como, então, você quer dar-se a alguém?

Se o seu coração bate acelerado diante de alguém que o atrai, isso é sensibilidade, não chame ainda de amor. Se você perdeu o controle e se entregou a ele, isso é fraqueza, não chame isso ainda de amor. Se você está encantada com a cultura dele, fascinada pela sua bela carreira e já não consegue mais ficar sem a conversa dele, isso é admiração, ainda não é amor. Mesmo que você esteja, até às lágrimas, diante de um fato chocante, isso é mais sensibilidade do que amor. Amar não é “ser fisgado” por alguém, “possuir” alguém ou ter afeição sensível por ele, ou mesmo render-se a alguém. Amar é, livre e conscientemente, dar-se a alguém para completá-lo e construí-lo. E isso é mais do que um impulso sensível do coração; é uma decisão da razão. Por isso, amar é um longo aprendizado, não é uma aventura como a maioria pensa. Não se aprende a amar trocando a cada dia de parceiro, mas aprendendo a respeitá-lo, tanto no corpo quanto na alma. Amar é uma decisão. E a decisão não é tomada apenas com o coração, empurrado pela sensibilidade. A decisão é tomada com a razão.

Quando amamos de verdade, nos tornamos livres de fato, pois o amor nos liberta de nós mesmos e das coisas que nos amarram.

Prof Felipe Aquino

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Rotina, mediocridade, omissões, apego, preocupação e idolatria


1. A rotina. Nada pior para um casal, um sacerdote, uma liderança, uma autoridade do que a rotina. E por quê? Porque envelhece e mata a vida, impede a esperança e a criatividade. A pessoa rotineira abraça a mesmice, o conformismo, a facilidade e a indiferença. Tudo se torna sem sentido e sem valor, sem interioridade. É o pecado capital da preguiça. A rotina torna a vida sem graça, monótona, sem expectativa de melhora e de transformação. A rotina é a morte do cotidiano, o desprezo dos valores e das maravilhas. É um caminho destrutivo.

2. A mediocridade. Precisamos sempre buscar “ser mais”, desejar ser melhores do que somos, corrigir nossos defeitos e transformar a realidade. A mediocridade frustra tudo isso. Prefere-se o efêmero, a meia-ciência, a vida “soft” e “light”. A pessoa medíocre não quer saber de estudo, da participação, de transformação. Vive na alienação, contenta-se com o menos, não quer compromisso. Faz um “pacto com mediocridade”, isto é, com uma vida sem sacrifício, sem lutas, sem responsabilidade com muita indiferença e desinteresse. A pessoa medíocre é inimiga da disciplina e do sacrifício, gosta de se gabar de seus pecados e de criticar e diminuir os outros. Desposa a superficialidade.

Podemos curar a mediocridade com a força de vontade, buscando convicções e conversão.

3. As omissões. Pecamos mais por omissão que por ação. Omissão é deixar de fazer o que devemos e podemos, como também, fazer mal o que podemos fazer de um modo bem melhor. A omissão é escape, fuga, desinteresse, irresponsabilidade. O mundo seria outro se não fôssemos omissos e acomodados.

Podemos vencer as omissões adquirindo o senso de justiça, a sensibilidade pelos outros, a compaixão pelo irmão e principalmente a autenticidade. Existimos para ajudar o outro a “ser mais e melhor”.

4. O apego. A raiz do sofrimento moral é o apego. Nossas brigas, ciúmes, discórdias, divisões são frutos do apego. Quem é apegado vive numa prisão. É escravo da dependência. Não tem liberdade interior. Não é capaz de discernimento. O apego nos impele à posse dos outros, das coisas e de nós mesmos. Isso gera muito sofrimento porque precisamos defender nossos apegos. Quando perdemos o objeto do apego ficamos raivosos, tristes, decepcionados, porque somos escravos, dependentes, condicionados por ele [apego].

O único caminho de nos libertarmos desse vício é abandonar o objeto de apego, cuja recompensa é a liberdade interior, que significa sermos livres do mal para nos tornamos livres para a prática do bem. Vencemos o apego pela consciência do seu negativismo.

5. A preocupação. Ocupação sim; preocupação não. A preocupação antecipa problemas, aumenta as dificuldades, desgasta as pessoas e não resolve nenhum problema. O que resolve é a ocupação. Além de prejudicar a saúde, a preocupação dificulta a convivência, alimenta o negativismo, o estresse e a agressividade. Resolvemos o problema da preocupação com a fé na Providência Divina, com a previsão das soluções, com o bom senso e o discernimento. Mais solução; menos preocupação.

6. A idolatria. É tudo o que colocamos no lugar de Deus e endeusamos. Os grandes ídolos hoje são o poder, o prazer e o ter desordenados. No lugar de Deus, fabricamos deuses falsos, enganadores, opressores que são absolutizados como: sexo, drogas, bebidas, dinheiro, aparência, prestígio. Nossos ídolos são adorados, exaltados, divinizados e por isso mesmo nos escravizam. Há ídolos pequenos e grandes. Todo ídolo é falso, enganador, escravizador. Quem adora o Deus vivo e verdadeiro, obedece ao mandamento do amor a Deus, busca crescer na fé, livra-se dos ídolos. Adorar em espírito e verdade é o ensinamento de Jesus
Dom Orlando BrandesFonte CNBB