Tempo. Esse é um termo que muitas vezes se apresenta ambíguo para nossos sentidos e para nossa compreensão. Contudo, é um conceito carregado de significado e possibilidades. Principalmente em nossos dias, nos quais a vida se tornou correria e o “estresse”, companheira de jornada, essa palavra porta consigo sonhos, expectativas, esperanças e frustrações.
Há muitos que convivem com a frustração de não ter tempo para nada: Nem para os filhos que crescem; nem para os pais que passam; tampouco para a saúde, que constantemente costuma se retirar devido à ausência de cuidados.
Alguns cultivam a esperança, aguardando com expectativa a chegada de um tempo melhor; outros, por sua vez, sonham com o dia em que terão tempo para concretizar os projetos que os habitam.
Tempo: para alguns vilão; para outros possibilidade de ser mais... Realidade prenhe de significado e portadora de inúmeras contradições. Ele sempre é, sem ser... pois, existe no real da vida, mas nunca pode ser aprisionado. Ele é sempre movimento, é sempre presença na ausência.
Todavia o tempo se manifesta sempre como um presente que se descortina em nosso presente. Ele não espera nem deixa de acontecer, e é sempre portador de vida e possibilidades para quem sabe compreendê-lo e aproveitá-lo, por mais ambíguo que pareça.
É no concreto dos dias, no “tempo” que se desvela no hoje que reside a Graça para o existir confiado a cada um.
Com a disposição aliada à Graça é possível transformar o tempo – o que temos no agora, mesmo diante de seus desafios – em realizações, em vitórias e em construção de uma bela obra que acontecerá aos poucos e se configurará através de boas escolhas e percepções.
O tempo é sempre possibilidade. E até quando maltrata, ele pode ensinar e preparar para a vitória.
Ele é sempre soberano e livre como o vento: é de todos e não é de ninguém... Todavia, não é necessário persegui-lo nem acorrentar-se a ele, pois, para o coração que deseja crescer, cada segundo porta o Auxílio necessário que iluminará aquele pedaço de existência. É preciso apenas atenção e sensibilidade para perceber e abraçar tais Auxílios.
Em Deus, no qual os tempos dos verbos são outros, nosso tempo se derrama e se perpetua, entrelaçando-se ao Seu, e conjugando já, aqui nesta vida, as categorias verbais que só a eternidade é capaz de interpretá-las.
Lancemos n’Ele o nosso tempo e nossas preocupações e construamos – com o que a vida nos confia no hoje – dias melhores e mais felizes.
Adriano Zandoná
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